O número de trabalhadores afastados anualmente é consideravelmente grande. Só em 2017, o INSS concedeu benefícios à 196.754 trabalhadores brasileiros, que precisaram se afastar de suas atividades por conta de acidentes ou doenças relacionados ao trabalho.
Os riscos presentes nas funções desempenhadas podem acarretar em enfermidades que impedem o trabalhador de continuar exercendo as mesmas, seja por alguns dias ou até mesmo de forma permanente. Outro fator preocupante é que, muitas vezes, as doenças se desenvolvem silenciosamente e só passam a se manifestar sintomaticamente após anos de trabalho, o que torna o tratamento e à possibilidade de recuperação total muito mais difícil.
A verdade é que isso ocorre, em diversos casos, porque o ambiente de trabalho não é adequado e as empresas não realizam acompanhamento da saúde dos empregados, ou não fazem adoção ao PCMSO – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional.
Confira algumas das doenças ocupacionais mais comuns e como elas podem ser evitadas:
1. LER e DORT
A LER (Lesão por Esforço Repetitivo) é resultante da repetição prolongada de alguns movimentos e pode ser desenvolvida por trabalhadores de diversas funções diferentes. Segundo o site do Ministério da Saúde, entre 2007 e 2016, foram notificados 67.599 casos de LER/Dort. Durante o período, o total de casos registrados cresceu 184%, saindo de 3.212 casos, em 2007, e alcançando 9.122 em 2016.
Os DORT (Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho) acometem principalmente os membros superiores – ombros e pescoço, por exemplo – e são causados, majoritariamente, pela má postura constante, esforço físico excessivo e repetição contínua de movimentos. Mialgia, tendinite e bursite são alguns destes transtornos. A dorsalgia – forte dores nas costas – é uma das principais causas de afastamento do trabalho.
Como prevenção, recomenda-se um ambiente de trabalho adaptado às funções, utilização de dispositivos ergonômicos, como apoio de pulso para quem trabalha o dia todo no computador e descanso de pés, além da prática de pausas para alongamento e ginástica laboral.
2. Perda auditiva temporária ou definitiva
Quando o trabalhador fica exposto continuamente à ruídos intensos pode desenvolver uma redução ou perda da sensibilidade auditiva. As atividades mais afetadas por esse problema são as de construção civil, operação de maquinário, trabalho em aeroportos (por conta das turbinas dos aviões) e mineração.
A principal fonte de prevenção à perda auditiva é o uso correto dos EPIs – Equipamentos de Proteção Individual, como os protetores auriculares, e instalação de estruturas de proteção coletiva, como as de isolamento sonoro.
3. Doenças respiratórias
A antracose pulmonar, por exemplo, é uma doença ocupacional que caracteriza-se por uma lesão no pulmão, resultante da inalação de partículas de poeira.
Trabalhadores de carvoarias, por exemplo, são muito afetados pela condição, que não se limita a essa profissão. A bissinose, outra doença respiratória causada por inalação de partículas – fibras de algodão, afeta trabalhadores do ramo algodoeiro.
A asma ocupacional é doença respiratória mais frequente causada pelo trabalho, e também é resultante da inalação de partículas nocivas, e causa chiado no pulmão, sensação de pressão no peito e dificuldade de respirar.
A melhor forma de prevenir doenças respiratórias ocupacionais é, novamente, a utilização correta do EPI adequado a função – nesses casos, uma máscara ou respirador facial.
Além disso, para prevenir o agravamento da doença, assim que o trabalhador apresentar algum sintoma deve ser afastado da função que o colocou em contato com o agente nocivo causador.
4. Dermatose
A dermatose é um tipo de doença do trabalho que causa alterações na pele como decorrência da exposição do trabalhador à alguns agentes nocivos, sejam químicos, físicos ou biológicos – como graxas e óleos, radiação, temperaturas extremas, fungos e bactérias. Ulcerações, câncer de pele, infecções e dermatite de contato são pertencentes ao grupo das dermatoses.
O Equipamento de Proteção Individual é fundamental para a prevenção dessas doenças – luvas, cremes e roupas protetoras, protetor solar, etc. Assim como no caso das doenças respiratórias, se o trabalhador apresentar algum sinal de dermatose deve ter o contato com os agentes nocivos suspendido.
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